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quarta-feira, 25 de novembro de 2009

Aldo Krieger - Biografia - Para conhecer nossa cultura.


A biografia musical de Aldo Krieger tem certamente pelo menos um ponto em comum com a de tantos outros grandes músicos brasileiros: a manifestação de um talento musical espontâneo, que se afirma por força de uma necessidade imperiosa de se realizar, de fazer da música a razão primeira de sua vida.

Esse primado da música, essa necessidade irrefreável do fazer musical, é que certamente levava o jovem Aldinho, aprendiz do ofício de alfaiate, a pular a janela, mal chegada a noite, para se reunir, violino debaixo do braço, com os companheiros de serestas e de boemia, para exercitar os seus dons musicais a pretexto de extravasar seus sentimentos sob a janela de alguma musa.

Essas noitadas seresteiras tiveram certamente uma importância decisiva na definição do seu perfil como músico e particularmente como compositor. É que sua opção por um repertório comum às serestas brasileiras da época forneceu-lhe os modelos para a sua própria produção. As valsas, os tanguinhos, schottisches e polcas que povoavam as noites suburbanas do Rio de Janeiro e de São Paulo, onde pontificava a música de chorões e seresteiros como Chiquinha Gonzaga, Nazareth, Callado, Pixinguinha, Tupinambá, Zequinha de Abreu, Chico Bororó e outros, formatavam o repertório dos grupos liderados por Aldinho e forneciam os parâmetros rítmicos e expressivos para suas próprias composições, destinadas, num primeiro momento, ao consumo local.

A opção por esses modelos, fruto de um ato decisório pessoal, fez desse músico brusquense um representante autêntico da cultura musical brasileira no sul do país. E isso não obstante as suas próprias raízes culturais ítalogermânicas, a atmosfera cultural européia de sua cidade e a influência inevitável de seu mestre alemão, Professor Graupner, de quem recebera as primeiras informações teóricas e com quem aprendera a tocar o bandoneon. Essa identidade musical brasileira, aliada ao conhecimento de um talento criador espontâneo, foi o que constatou certa vez Pixinguinha, ao ouvir na Rádio MEC do Rio um ensaio em que Altamiro Carrilho e Os Boêmios preparavam a polca-choro Espanta Mosquito de Aldo Krieger: "Esse é dos bons, esse é dos nossos".

Texto disponível em http://www.iak.org.br/

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